quarta-feira, 15 de junho de 2011

Distúrbios de Aprendizagem


Quando uma pessoa tem dificuldades para ler ou para escrever, apesar de ter recebido educação apropriada, suas oportunidades de sucesso na escola e na vida são diminuídas. Freqüentemente associamos estas dificuldades com uma menor capacidade intelectual, mas o problema real pode ser um distúrbio de aprendizado.

A dislexia é um tipo de distúrbio de aprendizado que interfere na maneira como a pessoa percebe e processa letras, números e símbolos. Embora o diagnóstico de dislexia deva ser feito por um profissional, existem alguns sinais que pais e professores podem observar assim que a criança começa a aprender a ler e escrever. Os sinais mais comuns são letras e números percebidos e escritos de forma invertida ou de cabeça para baixo. Outras características são dificuldades em aprender alguns fonemas, memorizar novas palavras, problemas com a coordenação motora e dificuldades de leitura.

Se seu filho ou familiar apresenta algum destes sinais procure a professora ou orientadora educacional de sua escola. Você pode também procurar um especialista em educação nas áreas de Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia ou Terapia Ocupacional. Com o diagnóstico precoce e suporte apropriado estas crianças podem ter um desenvolvimento adequado, igualando suas chances de sucesso pessoal e profissional as de seus colegas.

O que é Dislexia de Leitura

Dificuldade relacionada à manutenção da atenção, compreensão e memorização e à atividade ocular durante a leitura levando a um deficit de aprendizado. A Dislexia de Leitura afeta pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média e está relacionada a uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual.

Devido ao esforço despendido no processamento das informações visuais, a leitura torna-se mais lenta e segmentada, o que compromete a velocidade de cognição e a memorização, produzindo cansaço, inversões, trocas de palavras e perda de linhas no texto, desfocamento, sonolência, distúrbios visuais, dores de cabeça, irritabilidade, enjôo, distração e fotofobia, após um intervalo relativamente curto na leitura.

Embora a causa da dislexia de leitura esteja relacionada às alterações neurobiológicas no processamento cerebral, problemas oculares contribuem significativamente para os sintomas da dislexia. Estima-se que 85% de todo o aprendizado dependa das informações recebidas através do sistema visual.

A avaliação oftalmológica dos pacientes disléxicos deve ser dinâmica considerando a atividade ocular durante a leitura e o esforço contínuo de foco para longe, perto e distâncias intermediárias (quadro negro, livros e cadernos e computador), o fluxo de informações constante e a percepção e cognição cerebral.

Este fluxo deve se processar, de maneira contínua através de movimentos sacádicos e fixações que refletem o estilo de leitura de cada pessoa, e que independem até certo ponto da dificuldade do texto. O estilo de leitura é caracterizado através do DPLC - Diagnóstico Padrão de Leitura e Cognição. Por meio do DPLC, a eficiência da leitura, aprendizado e memorização são obtidos antes e após o uso dos filtros seletivos. No Hospital de Olhos, o DPLC é obtido pelo rastreamento da atividade ocular dinâmica, associada a testes da visão funcional, contraste, estereopsia e fotosensibilidade. Esses testes são sempre precedidos por laudos neuro e psicopedagógicos, já que a abordagem da dislexia de leitura é sempre multidisciplinar.


Sintomas mais freqüentes
- Sensibilidade à luz (luz do sol, luzes fortes, luzes fluorescentes, faróis, iluminação das ruas)
- Estresse e esforço ao realizar tarefas rotineiras (atividades visuais, audição, assistir TV, visualização de cores, uso de computador)
- Dificuldade na área matemática (erros de alinhamento, velocidade, exatidão/precisão)
- Distração constante (leitura, audição, trabalho, provas)
- Dores de cabeça ao ler
- Desempenho comprometido nos esportes com bola
- Dificuldade para acompanhar objetos em movimento
- Sonolência em viagens de carro ou ônibus
- Dificuldades ao dirigir durante a noite
- Cansaço/Fadiga em atividades rotineiras
- Audição “retardada”
- Baixa concentração no estudo e ao realizar provas
- Dificuldade na leitura de partituras
- Percepção de profundidade comprometida
- Déficit de Atenção
- Náuseas, tontura e dores de estômago ao ler
- Dificuldades para seguir a leitura apenas com os olhos
- Ansiedade
- Nervosismo

Efeitos de Distorção
Disfocado, halo, rios, serrilhado, tremido, redemoinho e desbotado.

Tratamento



A abordagem é sempre multidisciplinar, sendo que a contribuição oftalmológica é feita em quatro etapas:

1ª Etapa:

- Entrega de questionários: Ao agendar sua consulta o paciente receberá dois questionários que deverão ser entregues no momento da entrevista inicial.

- Entrevista inicial: Ao chegar ao Hospital de Olhos o paciente receberá orientações sobre o processo de avaliação pelo qual será submetido, sendo especificadas todas as etapas do procedimento e histórico do paciente.

- Avaliação oftalmológica de rotina: Nesta etapa serão obtidos dados sobre acuidade visual, refração, retina, pressão ocular com o objetivo de afastar alterações oculares.

2ª Etapa:

- Avaliação da Função Visual: serão realizados testes psicofísicos como sensibilidade ao contraste, percepção cromática, aberrometria, encerrando assim a análise da função e processamento visuais.

3ª Etapa:

- Screening: avaliação para constatação de distorções visuais no processo de leitura pela metodologia Irlen

- Diagnóstico Padrão de Leitura Cognitiva( DPLC): Rastreador ocular para análise, medidas e identificação do padrão visual sob estímulo dinâmico com registros da movimentação ocular durante a leitura. O DPLC nos permite constatar objetivamente a eficiência da leitura do paciente.

- Avaliação da função neurovisual: Seleção e adaptação dos filtros seletivos, específicos para cada paciente.

4ª Etapa:

- Entrega dos Filtros: o paciente será submetido ao DPLC e Teste da visão cromática.



Fonte: http://www.dislexiadeleitura.com.br/conteudo.php?codigo=6&topico=4#topico4



Vídeos sobre dislexia:



http://www.youtube.com/watch?v=C54nnOEUXOc&feature=related




http://www.youtube.com/watch?v=gnkSDe5RSQU









Dislexia: Como lidar com alunos disléxicos em sala de aula?

O papel da escola e dos professores é essencial para a identificação dos sintomas e no auxílio do tratamento do aluno disléxico. Os professores devem se inteirar a respeito do que é dislexia, conhecer melhor a disfunção e saber como atuar didaticamente, oferecendo estímulo, apoio e inclusão destes alunos na vida escolar.

A dislexia é genética, de caráter hereditário e os sintomas são bastante específicos. A criança inverte letras e sílabas (como prato/parto), confunde letras e palavras semelhantes, na escrita (p, b e q) e no som (f/v, t/d). Além disso, sua leitura é bastante lenta e tem dificuldade para entender o que lê.

Quem tem o distúrbio também apresenta atraso no desenvolvimento da fala e linguagem, pobreza de vocabulário e dificuldade de memória. Um diagnóstico correto e preciso requer uma equipe multidisciplinar, envolvendo psicopedagogo, fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista, oftamologista e audiologista.

A dislexia não tem cura, mas pode ser amenizada ao longo da vida. O papel dos professores é importantíssimo para dar continuidade ao trabalho multidisciplinar. Dar apoio e compreensão, evitar rótulos, estimular a leitura e a escrita, exigir a auto-correção dos erros ortográficos e entender os altos e baixos no aproveitamento são algumas ações que dão um suporte essencial ao tratamento do disléxico.





Fonte: http://eevivendoeaprendendo.blogspot.com/2008/06/dislexia-como-lidar-com-alunos.html


Atividades para trabalhar com crianças com dislexia:
https://picasaweb.google.com/Reginapironatto/AtividadesParaCrianAsComDislexia#





segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos namorados.mp4 - 4shared.com - compartilhamento e armazenamento de arquivos online - baixar - Dia dos namorados.mp4

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCADORES

Nas formações de formação de professores e educadores procuro enfatizar atividades didáticas que privilegiem a ação do aluno e, nesse sentido, atividades artísticas são excelentes recursos, uma vez que a arte vem ocupando significativo espaço na formação humana, desde o início das civilizações até a atualidade.


Em decorrência, cursos específicos de especialização em arte terapia são oferecidos não apenas a professores, mas a profissionais que trabalhem em diferentes contextos, a fim de que possam adicionar à sua prática o uso terapêutico e profilático de recursos criativos, sejam plásticos, poéticos, musicais, de expressão corporal... Nesse sentido, não se trata de lançar mão da arte pela arte, ou da arte apenas como recurso para facilitar a aprendizagem, mas sobretudo da arte integrada a outros recursos expressivos, numa relação de ajuda.


Sabemos que a arte é um elemento muito importante na vida de cada pessoa e que o educador, de modo especial, pode munir-se, através da arte, de uma riqueza inestimável de recursos que auxiliem sua tarefa educativa, principalmente a partir do momento em que se conscientize de que pode e é interessante que trabalhe, também, sua própria onipotência, reestruturando a concepção de saber, que não se restringe ao lógico-matemático, mas abarca todos os tipos de inteligência e lhe possibilita a busca de diferentes maneiras de transmitir a mesma mensagem, aproveitando todas as possibilidades que o repertório de conhecimentos e emoções do
aprendente/interlocutor traz.


Assim, com lucidez, compromisso e responsabilidade, práticas e vivências são utilizadas para trabalhar os bloqueios de aprendizagem e a construção dos conceitos. Dessa forma, o docente não vai negar a inteligência do outro, mas dispor-se a percebê-la, a identificar qual canal prioritário é utilizado para conhecer o mundo, analisá-lo, aprender. Vai valorizar o aprendente e apostar na sua aprendizagem, investir na sua formação, utilizar a expressão artística para estimulá-lo a exprimir, sem receios, sem censuras, sem se importar com talento ou capacidade criativa, seus sentimentos e emoções, fazendo, posteriormente, a interpretação do que pode exprimir através da criação artística.


Docentes/Ensinantes já despertos para tais possibilidades refletem, dirigem o olhar, também, para suas próprias vivências: analisam os respectivos sentimentos, procedimentos, reações... procurando enxergá-los com equilíbrio, pesando as adequações e inadequações, flexibilizando, dando-se oportunidade de investir, falhar, acertar, negociar... aceitando-se como seres em transformação, eternos aprendizes que interagem com o aluno, ensinando e, ao mesmo tempo, aprendendo. Nesse processo, se enriquecem e, utilizando o recurso da arte como mediadora do diálogo interno, da visão de mundo, de professor, de escola e de si mesmos se aperfeiçoam, ampliam a própria visão e possibilidades, se embelezam.


Durante esse processo amadurecem, revêem todo o conteúdo que desenvolvem em suas aulas, analisam, refletem sobre os entraves encontrados, não como vítimas do processo, mas como co-autores, e relativizam, quer seus acertos, quer as falhas, percebendo que a ótica pela qual analisavam o mundo era mais rígida e deixava de beneficiar seja a si mesmos , seja aos seus interlocutores. Interessando-se pela arte terapia, utilizando seus recursos, estão flexibilizando e dando oportunidade ao aparecimento de perspectivas que antes nem percebiam ou, quando percebiam, desconsideravam.
Professor/Ensinante/Psicopedagogo/Arte Terapeuta deve pesquisar constantemente, buscar fundamentação teórica para embasar sua aprendizagem e seu trabalho, para poder discriminar suas possibilidades de cooperação e complementaridade, bem como contemplar um outro lado seu e perceber a transformação pela qual está passando; perceber as vivências que lhe estão permitindo trabalhar a auto-imagem, bem como a percepção de que é positivo investir em comportamentos que não polarizem, mas ajudem a relativizar e amadurecer.


É importante que cada educador/arte terapeuta esteja desperto, atento à dinâmica da escola como um todo e da sala de aula em particular, cônscio de que é fundamental para o processo de identificação, valorizar personagens com traços de sabedoria e perspicácia, que usem estratégias para convencer os oponentes, vencendo pela sutileza e não pela força física; ciente de que nenhum herói sozinho dá conta de toda a diversidade, mas que, de acordo com a situação, cada uma das forças heróicas (prazer, competição, força, sabedoria, colaboração, complementaridade) deve ser resgatada/convocada, para agir na superação dos obstáculos, na transformação e evolução da própria atuação.


Nesse sentido as atividades de arte terapia estimulam a desinibição, o autoconhecimento, a criatividade, levando os participantes a uma sensação de integração com o mundo que instiga à resolução de conflitos pessoais, à melhoria do relacionamento social e desenvolvimento harmônico da personalidade.
Finalmente, a arte terapia pode ser utilizada como elo de interação entre os vários campos do conhecimento, colaborando sobremaneira na construção da interdisciplinaridade no âmbito da escola, elaborando a comunicação entre as possibilidades e limites próprios da ciência e a expressiva liberdade de criação da arte; fazendo ligações entre anseios gerados pelo mundo atual com o mais remoto passado, enfim promovendo o desenvolvimento do potencial humano através de situações que favoreçam a leitura do mundo de maneira ampla, rica e profunda.

Referências Bibliográficas
Fernández, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

Sobre a Autora
Sou a Psicopedagoga Clínica e Institucional (com formação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e Arteterapeuta - Consultora de Desenvolvimento Humano e Criatividade (com formação pela CENTRARTE – POA – RS) e Educadora de Inclusão Digital da ONG ABSC - Professora de Informática (com formação pelo AMADIS - Fundação Pensamento Digital (UFRGS – PUCRS.)

Arte Terapia: Arte com arte na escola

Resumo : o presente artigo relata um breve histórico sobre a arte terapia , bem como seu emprego em sala de aula a fim de superar as dificuldades de leitura e escrita.

Um breve histórico

O termo Arte-Terapia surge pela primeira vez em 1945 no primeiro livro publicado por Adrian Hill, Art vs Illness (Arte versus Doença). Adrian Hill, artista inglês, esteve internado num sanatório para tratar uma tuberculose. Durante o longo período de evolução da sua doença e reabilitação, numa época em que os recursos para a combater eram escassos, ele passou o tempo a pintar. Os médicos que o assistiam puderam observar uma aceleração na sua recuperação e um estado geral de bem estar manifesto. Após o seu restabelecimento, eles convidaram-no a regressar para fazer pintura com os pacientes do sanatório. Desde esses acontecimentos a Arte-Terapia evoluiu significativamente, tanto do ponto de vista dos modelos que a caracterizam, das formações existentes, como dos países em que é reconhecida. Basta dizer que a Arte-Terapia é um dos meios terapêuticos reconhecido e subvencionado pelo sistema de saúde britânico. Ela é, a título de exemplo, uma valência terapêutica reconhecida pela Associação Internacional para o Tratamento da Esquizofrenia.

O interesse despertado pela relação entre arte e terapia já vem de longe e são inúmeros os precursores que se podem encontrar ao longo dos tempos. Tanto a psiquiatria do Séc. XIX como a psicanálise do Séc. XX ficaram fascinadas com a recolha de sinais e símbolos, independentemente de estes serem a manifestação de sintomas de quadros clínicos ou a representação - segundo uma grelha fundamentada na interpretação - de complexos descritos por Freud.

Muitos manifestaram interesse na arte como veículo de expressão psicopatológica ou não, como Charcot, Freud, Morgenthaler, Prinzhorn, Jung e outros. Aquilo que caracteriza a Arte-Terapia é proveniente de 3 correntes:

· a teórico-prática, como expressão artística e material de diagnóstico, semiológico e de prognóstico,

· a pragmática, considerando a arte como instrumento terapêutico, mesmo reduzindo-se à ocupação e distração do doente,

· a estética, emergindo do Surrealismo e da Arte-Bruta, como descoberta quase etnográfica de criadores considerados "fora das normas".

A experiência artística pode intensificar qualquer experiência humana e incrementar a consciencialização do sensorial e a sensibilidade estética. No contexto da Arte-Terapia, a facilitação de tal tomada de consciência pode ser importante para promover a riqueza interior, a vitalidade e a qualidade de vida. Esta experiência tem um papel importante na mobilização das pulsões reprimidas e assim facilita uma vida psicológica mais livre. Imagens de transformação e mudança, representadas nas criações artísticas, dão expressão à função reparadora no decurso do processo terapêutico.

Em Arte-Terapia existem diversos níveis de intervenção, como por exemplo:

1. Arte-Terapia Integrativa: neste nível de intervenção, centrado no "aqui e agora" de uma sessão, é proposto o acesso integrativo aos vários mediadores de expressão, através de propostas orientadoras (intervenção semi-diretiva). É assim facilitado o auto-conhecimento, o desenvolvimento pessoal e a inter-relação com os outros (caso seja no âmbito de uma intervenção grupal), através das artes plásticas, de jogos, da expressão corporal e dramática, de fantoches, da música, da escrita livre, etc...

2. Arte-Psicoterapia Analítica(individual ou em grupo): exige do arte-psicoterapeuta uma postura analítica e um eficaz manejo das teorias psicanalítica e grupanalítica. É uma abordagem essencialmente elaborativa, que também é designada com Psicoterapia Analítica Mediada.

A Associação Americana de Arte-Terapeutas (A.A.T.A), define-a como uma profissão de carácter humanístico em que a utilização de mediadores de expressão artística reflecte o processo criativo e as respostas do paciente/cliente face à sua produção de arte, como espelho de um desenvolvimento pessoal, das aptidões, da personalidade, de interesses, de preocupações e conflitos. A Arte-Terapia baseia-se no conhecimento do desenvolvimento humano e nas teorias da psicologia que são implementadas num amplo espectro de modelos de avaliação e tratamento como o modelo educacional, o modelo psicodinâmico, o modelo cognitivo, o modelo transpessoal e outros meios terapêuticos. Esses modelos procuram reconciliar conflitos emocionais, fomentando um maior conhecimento de si, o desenvolvimento de aptidões sociais, a gestão de comportamentos, a resolução de problemas, a redução de ansiedades e o incremento da auto-estima. Ainda segundo a A.A.T.A., a Arte-Terapia constitui um tratamento efetivo em casos de problemáticas de desenvolvimento pessoal, de saúde, de aprendizagem, sociais e psicológicas e é praticada em instituições de saúde mental, de reabilitação, hospitais, escolares.

Para a Associação Nacional Australiana de Arte-Terapia (A.N.A.T.A.) a Arte-Terapia como forma de psicoterapia, é uma prática interdisciplinar praticada através da saúde e da medicina, utilizando várias formas de artes visuais como o desenho, a pintura, a escultura e a colagem. Alguns terapeutas usam fotografia e a técnica dos tabuleiros de areia. Geralmente baseia-se em princípios psicanalíticos ou psicodinâmicos, mas os terapeutas são livres de usar bases teóricas em que se sintam mais à vontade. A Arte-Terapia é um meio terapêutico e de diagnóstico em que terapeuta e paciente desenvolvem uma relação inter-pessoal dinâmica, com limites e objetivos específicos. Difere da arte tradicional no sentido em que é enfatizado o processo criativo em detrimento do resultado final. A Arte-Terapia é um processo criativo, para todas as idades e em particular para todos aqueles que se confrontam ou confrontaram com profundas alterações nas suas vidas, quer seja de ordem pessoal ou de auto imagem.

O USO NO CONTEXTO ESCOLAR

A arte é, entre todas as atividades, a que agrega de modo mais eficiente os aspectos racionais e criativos do ser humano.

Ao desenvolver uma atividade artística, o sujeito não só estará interferindo na realidade, como também estará estruturando-se de forma mais adequada, saudável e eficiente.

Através das diversas manifestações artísticas, as pessoas podem se expressar de uma forma própria e singular e superar as mais diversas barreiras da comunicação.

Utilizando-se de todas as expressões artísticas e com recursos simples e muito eficientes a arte terapia favorece o desenvolvimento e à superação de limitações pessoais, buscando-se assim o aumento do repertório de habilidades, a melhor estruturação da personalidade, o aumento do horizonte de interesses, a composição de novos objetivos e a melhor habilidade em lidar com os seus próprios conflitos.

Muitas instituições voltadas para a inclusão social utilizam a arte, como importante meio educacional. . Onde outras metodologias falharam a arte alcançou resultados significativos, principalmente ao atrair espontaneamente meninos e meninas para outras atividades educativas e sociais.


“As muralhas estéticas definiam o território fechado de uma certa forma de ócio elegante. Mas esse lazer ocioso, essa utilização do tempo livre, não foram dados a todos por igual dentro da sociedade: constituíram-se em privilégio das classes sociais favorecidas, que foram também as classes sociais dominantes. (Porcher, 1982, p. 13)

A educação escolar deve assumir, através do ensino e da aprendizagem do conhecimento acumulado pela humanidade, a responsabilidade de dar ao educando o instrumento para que ele exerça uma cidadania mais consciente, crítica e participante. (Ferraz e Fusari, 1993, p. 33 e 34).


Através de projeto educativo integrando todas as disciplinas é possível junto com o professor de artes trabalhar de forma significativa com o objetivo de atrair alunos para que possam desenvolver a aprendizagem,. e recuperar sua auto imagem . Atividades simples tais como a hora do conto, desenhos, interpretação oral e escrita , dramatização dos personagens ou seja através de arte terapia interativa.


Um exemplo deste trabalho foi desenvolvido em uma escola da rede municipal com crianças de 4ª serie. A atividade teve com objetivo resgatar auto-imagem de alunos com dificuldades de leitura e escrita par tanto a professora utilizou -se da hora do conto , tão importante para o desenvolvimento do psiquismo infantil; onde o aluno é autor e co-autor do conto.


Enquanto co-autor um narrador de um lado, e de outro lado o autor contador de historia, e de outro lado o ouvinte, deu-se importância para oralidade. Em seguida para rescrita do conto e leitura desta produção. Num terceiro momento a representação desse personagem e seu significado para o aluno quer seja através de desenho, musica, fantoches, e/ou a dramatização. O educador deve estar atento “saber olhar para saber escutar” para que possa observar o comportamento dos alunos frente a cada passo resgatando sua auto-imagem e de fato favorecendo o aprendizado assim com Adrian Hills alcançou seu crescimento é possível com sensibilidade e com arte para a arte atingir o que desejamos: formação de sujeitos autônomos.

Bibliografia:

  • Barbosa, Ana Mae. Arte-Educação – Leitura no subsolo. São Paulo . Cortez Editora, 1997.
  • BROWN, Daniel. Fundamentos de Arte-terapia – coleção Fundamentos. São Paulo: Vitória Régia, 2000.
  • DUARTE JR., João FranciscoPorque Arte-Educação?. Campinas: Papirus, 1996.
  • EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do Cérebro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1984.
  • JARREU, Gladys Teoria e técnica da Arte-terapia – a compreensão do sujeito. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
  • READ, Herbert.O sentido da Arte. São Paulo, IBRASA, 1978.
  • TOLSTÓI, Leon. O que é Arte?. São Paulo: Ediouro.

Fonte: http://www.projetospedagogicosdinamicos.com/arte_terapia.htm