terça-feira, 8 de outubro de 2013

Avaliação e Atendimento Psicopedagógico

O que é psicopedagogia?

          A Psicopedagogia é uma área de estudos que une conhecimentos da Pedagogia e da Psicologia visando a superação das dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, ela é indicada para crianças, adolescentes e adultos que, por alguma razão, estão apresentando dificuldades em aprender.

          Existem várias abordagens de trabalho, mas todas se iniciam com uma avaliação, também chamada de "diagnóstico psicopedagógico". Essa avaliação tem duração de 8 a 10 sessões (de um mês a um mês e meio) e irá investigar as causas do sintoma "não-aprender". A partir desses dados, é iniciado um acompanhamento que tem por objetivo a superação das dificuldades.
          Sabemos que, como em todas as áreas, existem profissionais que não estão preparados adequadamente para exercer essa função e acabam, infelizmente, contribuindo para a construção de estigmas e preconceitos sobre a mesma. Na Psicopedagogia não é diferente. Avaliações inadequadas, acompanhamentos intermináveis e outras atitudes pautadas na falta de preparo dos profissionais resultam em ideias irreais sobre essa área de atuação. 

               Principais frases de resistência dos pais, pautadas em mitos, ao serem solicitados a procurar uma Psicopedagoga:
                                               

·         Psicopedagoga? Meu filho não é deficiente!!!!!


                 Realmente! As deficiências são diagnosticadas por médicos e não psicopedagogos! 
          Se seu filho foi encaminhado para esse profissional, em primeiro lugar pense: "a escola está preocupada com seu desenvolvimento acadêmico e seus professores sabem que ele tem capacidade de "render" mais, porém, não está conseguindo!" Isso significa que foi percebido um sintoma: o não-aprender. A psicopedagoga vai investigar esse sintoma e verificar qual é a causa, ajudando seu filho a superá-la.

·         Mas ele sempre foi bem na escola... por que isso agora??
               Sabemos que o desenvolvimento do ser humano é muito complexo. Em muitos casos de dificuldades de aprendizagem (na maioria deles) as crianças/adolescentes seguem acompanhando de maneira satisfatória os conteúdos propostos, mas, em algum momento, acabam encontrando uma barreira, que pode ser de origem emocional, social, escolar, etc. O psicopedagogo é quem vai ajudar a superá-la e fazer com que ele retome o ciclo normal de aprendizagem. 

·         Nossa!! Mas eu não tenho condições... já tenho que pagar a escola e a professora particular!
               Aula particular é diferente de acompanhamento psicopedagógico. Na verdade, um acompanhamento psicopedagógico sério, na maioria dos casos, é breve e objetivo, sendo "oneroso" por pouco tempo. E se analisarmos a questão "custo x benefício", veremos que, a longo prazo, o benefício é maior (sai mais barato 10 meses de um acompanhamento psicopedagógico bem feito, do que aulas particulares por todo o ensino fundamental e médio!). Se há um problema, o psicopedagogo deverá trabalhar o sintoma e a causa. Diferentemente do professor particular que acaba trabalhando só o sintoma (= conteúdo), sem se aprofundar no porquê de não aprendê-lo. Há casos em que somente a aula particular resolve, sem necessidade de intervenção psicopedagógica. Também há casos que o psicopedagogo deverá trabalhar o conteúdo (sintoma), porém, com o diferencial de sempre abordar sua causa.

·         Ixii! Esse tratamento demora e não apresenta resultado algum!! Meu filho não melhorou em nada nas notas!
               Um bom acompanhamento psicopedagógico deve ter, na maioria dos casos, de seis meses a um ano e meio de duração (no máximo). Mais que isso, compromete outras áreas do desenvolvimento da criança/adolescente (principalmente a autoestima e a motivação) e acaba mais atrapalhando do que ajudando. Para ser satisfatório, deve mostrar resultados o quanto antes, aumentando a autoestima do aluno ao mostrar que ele é capaz, pois, segundo diversos teóricos educacionais, o emocional está diretamente ligado ao aprender. Se isso não acontecer logo, não haverá motivação para o aluno se empenhar no acompanhamento, resultando numa catástrofe maior, já que a superação do  "não-aprender", deve ter a orientação do profissional, mas só depende dele.