A Psicopedagogia é uma área de
estudos que une conhecimentos da Pedagogia e da Psicologia visando a superação
das dificuldades de
aprendizagem. Sendo assim, ela é indicada para crianças,
adolescentes e adultos que, por alguma razão, estão apresentando dificuldades
em aprender.
Existem várias abordagens de
trabalho, mas todas se iniciam com uma avaliação, também chamada de
"diagnóstico psicopedagógico". Essa avaliação tem duração de 8 a 10
sessões (de um mês a um mês e meio) e irá investigar as causas do sintoma
"não-aprender". A partir desses dados, é iniciado um acompanhamento
que tem por objetivo a superação das dificuldades.
Sabemos que, como em
todas as áreas, existem profissionais que não estão preparados adequadamente
para exercer essa função e acabam, infelizmente, contribuindo para a construção
de estigmas e preconceitos sobre a mesma. Na Psicopedagogia não é diferente.
Avaliações inadequadas, acompanhamentos intermináveis e outras atitudes
pautadas na falta de preparo dos profissionais resultam em ideias irreais sobre
essa área de atuação.
Principais
frases de resistência dos pais, pautadas em mitos, ao serem
solicitados a procurar uma Psicopedagoga:
·
Psicopedagoga? Meu filho não
é deficiente!!!!!
Se seu filho foi encaminhado para
esse profissional, em primeiro lugar pense: "a escola está preocupada com
seu desenvolvimento acadêmico e seus professores sabem que ele tem capacidade
de "render" mais, porém, não está conseguindo!" Isso significa
que foi percebido um sintoma: o não-aprender. A psicopedagoga vai investigar
esse sintoma e verificar qual é a causa, ajudando seu filho a superá-la.
·
Mas ele sempre foi bem na
escola... por que isso agora??
Sabemos que o desenvolvimento do ser humano é muito complexo. Em
muitos casos de dificuldades de aprendizagem (na maioria deles) as
crianças/adolescentes seguem acompanhando de maneira satisfatória os conteúdos
propostos, mas, em algum momento, acabam encontrando uma barreira, que pode ser
de origem emocional, social, escolar, etc. O psicopedagogo é quem vai ajudar a
superá-la e fazer com que ele retome o ciclo normal de aprendizagem.
·
Nossa!! Mas eu não tenho
condições... já tenho que pagar a escola e a professora particular!
Aula particular é diferente de acompanhamento psicopedagógico. Na
verdade, um acompanhamento psicopedagógico sério, na maioria dos casos, é breve
e objetivo, sendo "oneroso" por pouco tempo. E se analisarmos a
questão "custo x benefício", veremos que, a longo prazo, o benefício
é maior (sai mais barato 10 meses de um acompanhamento psicopedagógico bem
feito, do que aulas particulares por todo o ensino fundamental e médio!). Se há
um problema, o psicopedagogo deverá trabalhar o sintoma e a causa. Diferentemente
do professor particular que acaba trabalhando só o sintoma (= conteúdo), sem se
aprofundar no porquê de não aprendê-lo. Há casos em que somente a aula
particular resolve, sem necessidade de intervenção psicopedagógica. Também há
casos que o psicopedagogo deverá trabalhar o conteúdo (sintoma), porém, com o
diferencial de sempre abordar sua causa.
·
Ixii! Esse tratamento
demora e não apresenta resultado algum!! Meu filho não melhorou em nada nas
notas!
Um bom acompanhamento psicopedagógico deve ter, na maioria dos
casos, de seis meses a um ano e meio de duração (no máximo). Mais que isso,
compromete outras áreas do desenvolvimento da criança/adolescente
(principalmente a autoestima e a motivação) e acaba mais atrapalhando do que
ajudando. Para ser satisfatório, deve mostrar resultados o quanto antes,
aumentando a autoestima do aluno ao mostrar que ele é capaz, pois, segundo
diversos teóricos educacionais, o emocional está diretamente ligado ao
aprender. Se isso não acontecer logo, não haverá motivação para o aluno se
empenhar no acompanhamento, resultando numa catástrofe maior, já que a
superação do "não-aprender", deve ter a orientação do
profissional, mas só depende dele.